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Monday, September 08, 2008
Parcialidade Total
A manhã ferve nos Estados Unidos, mas recorrendo aos eventos da semana passada, quando finalmente me dei conta da existência de um considerável grupo de republicanos internacionais, melhor escrever sobre a mídia e o destaque do The New York Times sobre a rede MSNBC.
Antes disso, faz-se importante falar sobre o resultado semanal do Instituto Gallup de pesquisas, mostrando a liderança de John McCain sobre Barack Obama por 48-45%. Esse é o primeiro resultado diretamente relevante às eleições gerais, já que, pela primeira vez em um século, as convenções seguiram-se semana após a outra, e a corrida presidencial tem menos de dois meses de vida.
Como qualquer estatística, os números oferecem a margem de erro de 3 pontos percentuais, mas o mais importante é que não há como saber exatamente a raíz da mudança do direcionamento geral das pesquisas, que na semana passada mostravam Obama com nove pontos à frente de McCain.
Essencialmente, Nenhuma das pesquisas da semana passada tinham, na íntegra, em consideração o discurso de Sarah Palin influenciando o eleitorado. Portanto, mesmo que parcialmente, a nomeada vice-presidente republicana conquista maior popularidade ao seu candidato. É, de fato, mais popular do que o senador pelo Arizona.
Todavia, a convenção republicana em St. Paul trouxe a parcialidade midiática ao juízo popular. Antes mesmo das acusações de Palin contra a mídia liberal, executivos da MSNBC decidiram mudar a face da transmissão eleitoral com a escalação de dois dos mais controversos âncoras liberais da televisão estadunidense, Keith Olbermann e Chris Mathews.
A emissora mãe, NBC, já mantinha relações turbulentas com a equipe da MSNBC, mas dessa vez a pressão popular, culminando no apoio massivo à vice-presidente de McCain, surtiu o efeito desejado, e ambos Mathews e Olbermann foram retirados da ancoragem eleitoral.
Olbermann é apresentador do polêmico e ruidoso programa Countdown, que encontrou sua voz, segundo o artigo do The New York Times, quando começou a criticar veementemente a administração do presidente George W. Bush e contar os “dias depois da declaração de ‘Missão Cumprida’ no Iraque”. Mathews apresenta o segmento Hardball, Jogo Duro em tradução livre, no qual entrevista analistas e políticos de modo objetivo, sagaz, mas claramente liberal.
Enquanto tentavam conciliar suas funções de formadores de opinião e jornalistas, acabaram borrando as linhas em múltiplas ocasiões, inclusive discutindo, ao vivo, entre si. Joe Scarborough, ex congressista republicano e apresentador do programa “Morning Joe” da mesma emissora, defendia McCain enquanto Olbermann, em tom menor, mas ainda audível, disse agressivamente: “Por que você não pega uma pá” (para cobrir a fumaça do campo republicano)?
Finalmente, a MSNBC acabou perdendo a batalha contra Palin. De modo geral, a maioria das vezes que políticos atribúem sua impopularidade à mídia, incluindo Bush, perdem ainda mais perante o povo. Dessa vez, como foi com Ronald Reagan nos anos oitenta, Palin conseguiu agitar a opinião pública a seu favor, e torná-la contra a mídia.
De fato, a MSNBC tem se tornado cada vez mais opininativa e menos imparcial, mas telespectadores como eu gostam do canal justamente pela vertente. A CNN é constantemente acusada de parcialidade palestina, além de ser tão atacada ou mais do que MSNBC pelos conservadores como “membro da mídia liberal”. Aliás, o próprio The New York Times carrega a mesma fama.
O conflito que vos trago, para pensar, quiçá, é que a Fox News é também criticada por suas empreitadas conservadoras, e aparentemente, apesar de manter Bill O’Reilly, o exato equivalente a Keith Olbermann à direita, fora da transmissão jornalística das convenções, ainda sofre aos olhos da nação por seu papel central nas eleições de Bush em 2000. The Wall Street Journal leva a mesma fama, e The Washington Post, especialmente depois da aquisição de Rupert Murdoch, é criticada pelo posicionamento conservador.
Brasileiros educados sabem mais do que estadunidenses que a parcialidade midiática não tem limites. Porém, se presto atenção na mesma história que vocês prestam, o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, não foi exatamente eleito pelo apoio da mídia. O que a mídia incita não é necessariamente acatado pela população. A parcialidade existe, como disse em resposta privada a um dos comentários no Blog da Santa, porque os próprios profissionais são parciais, e porque seus executivos são parciais a determinados temas.
O protecionismo de interesses existe tanto de um lado quanto de outro. Portanto, penso inválidas as acusações de que a mídia controla e tempera o humor da população, em parte porque nem todos assistem jornais, nem todos assistem os mesmos jornais, e a maioria apenas se identifica e lê o que quer porque já simpatiza ou pensa como seus apresentadores respectivos.
Mas a MSNBC realmente abusou da parcialidade na transmissão das convenções. Temendo atentados contra Olbermann, o âncora foi enviado a Nova York para cobrir a convenção republicana longe de St. Paul. Apesar de ambos manterem seus programas, está claro, nessa experiência, que formadores de opinião não podem ser os mesmos a dar as boas ou más novas ao eleitorado.
E a semana começa em alta para John McCain e Sarah Palin.
RF
Essas Palavras Vos Trazem
Barack Obama,
Chris Mathews,
CNN,
FOX NEWS,
Joe Scarborough,
John McCain,
KEITH OLBERMANN,
MSNBC,
NBC,
Sarah Palin,
The New York Times,
The Wall Street Journal,
The Washington Post
Wednesday, March 19, 2008
A raça de Obama
Para Barack Obama, a semana começou com o pé esquerdo. Depois dos comentários incendiários de Geraldine Ferraro e seu afastamento como campanhista de Hillary Clinton, a geração YouTube conseguiu expôr o elo do senador de Illinois com o Reverendo Jeremiah Wright da Igreja Trinity United, à qual Obama pertencera e jamais renunciou.
Wright, por sua vez, criou fama por seus discursos anti-Estados Unidos, como o mais citado por Joe Scarborough do programa Morning Joe da MSNBC, cinco dias após o Onze de Setembro, quando disse que o país merecia o que lhe ocorrera. Outros de seus jargões conhecidos são chamar a nação de KKK da América (uma alusão antipática ao grupo supremacista Ku Klux Klan), dizer “Deus amaldiçoe a América” ao invés de “Deus abençoe a América", e por fim sua infame acusação de que o governo estadunidense teria propositalmente propagado o vírus HIV entre negros.
O pastor mostra-se claramente enraivecido pelos conflitos segregadores das gerações passadas de negros que sofreram a escravidão e a exclusão não só social, mas genética, por demasiados anos, e a ligação afetuosa que tem com Obama lhe criou a maior das controvérsias de sua campanha: Seria Barack Obama racista? Serão suas aspirações anti-patrióticas?
Dias Passados
Jovem e sem passado político a lhe assombrar, rivais fanáticos da direita conservadora procuraram em vão, por muito tempo, e apenas agora encontraram um grande cabelo no mingau de Barack Hussein Obama. Além de fazerem o que agora fiz por pura ilustração, ou seja, citar “Hussein” como instigador de polêmicas, também tentaram revela-lo anti-patriótico quando comprovaram que Obama não leva a mão direita ao peito esquerdo quando ouve o hino dos Estados Unidos. Há uma bela imagem que mostra o contraste dos demais candidatos e o senador de Illinois, enquanto os demais levavam a famigerada mão direita ao peito esquerdo, e ele apenas as deixava entrelaçadas abaixo de sua cintura.
Porém, obviamente isso não foi o suficiente. Logo puderam encontrar nesse pastor a desculpa que sempre quiseram dar para não eleger um negro à Casa Branca. Rush Limbaugh, que continua discursando em sua estação como radialista radical conservador, chama seus ouvintes a votarem por Hillary Clinton “apenas para ver o partido se degladiar e se acabar até Novembro,” mas não desmente sua opinião de que Barack Obama é simplesmente inelegível.
Tive a chance de conversar e ler a opinião não só de bloguistas conservadores, mas de pessoas conservadoras envolvidas com o partido ou com suas ramificações supostamente independentes. Para eles, Obama tampouco é elegível. Por ser filho de estrangeiros, por ter nome árabe e por ser negro, talvez. Porque, em se tratando de seu escasso envolvimento na descomunal história do senado estadunidense, suas atitudes não foram piores do que as de seus rivais partidários, e até melhores em instâncias específicas. Não há um único motivo melhor para não suportar a idéia de tê-lo como presidente.
O Grande Discurso
A única verdadeira história na notícia que unia Obama e seu ex pastor Wright, foi o histórico discurso que o senador deu ontem a centenas, logo milhares, logo milhões de cidadãos e cidadãs norte-americanos. Precisando fazê-lo, seus estrategistas não deixaram dúvidas de que a maior intenção seria criar um espetáculo que expressasse o quanto Obama pode ser presidencial.
Quatro bandeiras à sua esquerda e quatro à direita diante de uma cortina azul semi-celeste-semi-marinho, e o pré-candidato ao pódio, sem as mãos cruzadas ou a coluna torcida, com um olhar sereno, sério, conciso, de palavreado sensato. Poderia ser o “State of the Union Address”, discurso anual do presidente da nação, mas foi basicamente um argumento clássico, que ainda terá repercussões mais sérias do que as que flutúam pelo país.
Não disse que “tinha um sonho”, mas explicou aos incautos, aos inocentes, aos maliciosos e aos ignorantes que existe um ressentimento profundo pelos brancos entre as passadas gerações negras que se propaga nos “barbeiros, nos salões de beleza, ao redor da pia da cozinha e, ocasionalmente, encontram espaço nas igrejas” das gerações mais jovens. Um ódio pelo racismo, pela lei de Jim Crow que segregou colégios públicos no sul do país, pelos espancamentos e pelos linchamentos e pelo terrorismo que negros sofreram desde que, sem escolha, foram trazidos como escravos ao continente.
Disse que esse ressentimento, o qual não sente por ter uma história pessoal distinta, é real, não deve nem pode ser ignorado. Declarou que tinha sido inocente em pensar que a raça não seria um fator importante em sua campanha. A campanha, seguiu Obama, pode resumir-se a conflitos dessa natureza, a suspeitas de que ele simpatize com as ofensivas palavras, jargões e acusações de Wright, mas também pode ser encarada de modo diferente.
“Dessa vez,” declarou Obama, “queremos falar sobre as escolas que se desmoronam e roubam o futuro de crianças negras e crianças brancas e crianças asiáticas e crianças hispanas e crianças nativo-americanas. Dessa vez queremos rejeitar o cinismo que nos diz que essas crianças não podem aprender; que essas crianças que não se parecem conosco são problema de outrem. As crianças da América não são essas crianças, elas são nossas crianças, e nós não as permitiremos decair na economia do século 21. Não dessa vez.”
Para Obama, a grandeza dos Estados Unidos é que o país pode mudar, o que não se pode dizer, francamente, de todos os demais. Concordo com ele, mesmo que estejamos tão distantes do ideal.
Enquanto isso, em Israel
John McCain foi calorosamente recebido em uma viagem que seguiu do Iraque e tende a continuar pelo continente europeu. Sem visitar comunidades palestinas, McCain esteve presente em uma simbólica cerimônia no Museu do Holocausto Yad Vashem, em Jerusalém. Quase chorando, disse que estava “profundamente movido. Nunca mais,” clamou.
O “nunca mais” e o encontro diplomático entre isralenses e representantes alemães simboliza o paralelo internacional do que ocorre nos Estados Unidos. As divisões raciais, étnicas e sociais estão sempre presentes em nossas vidas, estejamos onde estivermos. Talvez na ausência de negros ou brancos em uma determinada região não exista o racismo, mas logo existe o machismo, o feminismo, o judaísmo, e as centenas de divisões religiosas que infelizmente contribúem na levedura do conflito.
McCain não ganha muito com sua viagem. Seu posicionamento em questões médio-orientais é explícito, e quiçá o menos imprevisível de todos os candidatos. Se há quem questione sua lealdade ao lado “certo” do conflito, há quem apóie acordos unilaterais com Israel. Pois, há de tudo nesse mundo.
Chorou por um “nunca mais” enquanto em seu próprio país o mesmo ódio que motivou Hitler contra judeus ainda se perpetua em conflitos raciais agora expostos e extra-expostos por Barack Obama. O ódio que leva a simpatizantes de seu partido que, segundo estudos psicológicos tende a atrair separatistas sulistas, a rejeitarem a menor opção de que um presidente negro os represente. O ódio comunitário que levou Rudy Giuliani a admitir sua inabilidade de atrair negros e sua postura aberta de sequer fazer campanhas em suas comunidades.
Finalizando com Mike Huckabee,
Que apareceu no programa Morning Joe e declarou que “nós precisamos dar um desconto a pessoas que vem do sul ou filhos de gerações passadas do sul do país,” pois seu ódio é real e ainda vivo em suas memórias. Afinal, esses são os filhos dos ex vizinhos de Rosa Parks. São aqueles que choraram a morte de Martin Luther King quando acompanharam seu caixão no sombrio dia de seu funeral. Esses são os segregados, os separados e os excluídos de todas as formas e maneiras que possam vocês imaginar.
Barack Obama me convenceu com seu discurso. Pretende ainda dar mais dois sobre o Iraque, política externa e a economia, hoje e amanhã. Vence em praticamente todos os ângulos nesta corrida à nomeação. O cronômetro a Pennsylvania corre solto, e a Novembro, paulatino. A raça de Obama vem se comprovando dia-a-dia.
RF
Wright, por sua vez, criou fama por seus discursos anti-Estados Unidos, como o mais citado por Joe Scarborough do programa Morning Joe da MSNBC, cinco dias após o Onze de Setembro, quando disse que o país merecia o que lhe ocorrera. Outros de seus jargões conhecidos são chamar a nação de KKK da América (uma alusão antipática ao grupo supremacista Ku Klux Klan), dizer “Deus amaldiçoe a América” ao invés de “Deus abençoe a América", e por fim sua infame acusação de que o governo estadunidense teria propositalmente propagado o vírus HIV entre negros.
O pastor mostra-se claramente enraivecido pelos conflitos segregadores das gerações passadas de negros que sofreram a escravidão e a exclusão não só social, mas genética, por demasiados anos, e a ligação afetuosa que tem com Obama lhe criou a maior das controvérsias de sua campanha: Seria Barack Obama racista? Serão suas aspirações anti-patrióticas?
Dias Passados
Jovem e sem passado político a lhe assombrar, rivais fanáticos da direita conservadora procuraram em vão, por muito tempo, e apenas agora encontraram um grande cabelo no mingau de Barack Hussein Obama. Além de fazerem o que agora fiz por pura ilustração, ou seja, citar “Hussein” como instigador de polêmicas, também tentaram revela-lo anti-patriótico quando comprovaram que Obama não leva a mão direita ao peito esquerdo quando ouve o hino dos Estados Unidos. Há uma bela imagem que mostra o contraste dos demais candidatos e o senador de Illinois, enquanto os demais levavam a famigerada mão direita ao peito esquerdo, e ele apenas as deixava entrelaçadas abaixo de sua cintura.
Porém, obviamente isso não foi o suficiente. Logo puderam encontrar nesse pastor a desculpa que sempre quiseram dar para não eleger um negro à Casa Branca. Rush Limbaugh, que continua discursando em sua estação como radialista radical conservador, chama seus ouvintes a votarem por Hillary Clinton “apenas para ver o partido se degladiar e se acabar até Novembro,” mas não desmente sua opinião de que Barack Obama é simplesmente inelegível.
Tive a chance de conversar e ler a opinião não só de bloguistas conservadores, mas de pessoas conservadoras envolvidas com o partido ou com suas ramificações supostamente independentes. Para eles, Obama tampouco é elegível. Por ser filho de estrangeiros, por ter nome árabe e por ser negro, talvez. Porque, em se tratando de seu escasso envolvimento na descomunal história do senado estadunidense, suas atitudes não foram piores do que as de seus rivais partidários, e até melhores em instâncias específicas. Não há um único motivo melhor para não suportar a idéia de tê-lo como presidente.
O Grande Discurso
A única verdadeira história na notícia que unia Obama e seu ex pastor Wright, foi o histórico discurso que o senador deu ontem a centenas, logo milhares, logo milhões de cidadãos e cidadãs norte-americanos. Precisando fazê-lo, seus estrategistas não deixaram dúvidas de que a maior intenção seria criar um espetáculo que expressasse o quanto Obama pode ser presidencial.
Quatro bandeiras à sua esquerda e quatro à direita diante de uma cortina azul semi-celeste-semi-marinho, e o pré-candidato ao pódio, sem as mãos cruzadas ou a coluna torcida, com um olhar sereno, sério, conciso, de palavreado sensato. Poderia ser o “State of the Union Address”, discurso anual do presidente da nação, mas foi basicamente um argumento clássico, que ainda terá repercussões mais sérias do que as que flutúam pelo país.
Não disse que “tinha um sonho”, mas explicou aos incautos, aos inocentes, aos maliciosos e aos ignorantes que existe um ressentimento profundo pelos brancos entre as passadas gerações negras que se propaga nos “barbeiros, nos salões de beleza, ao redor da pia da cozinha e, ocasionalmente, encontram espaço nas igrejas” das gerações mais jovens. Um ódio pelo racismo, pela lei de Jim Crow que segregou colégios públicos no sul do país, pelos espancamentos e pelos linchamentos e pelo terrorismo que negros sofreram desde que, sem escolha, foram trazidos como escravos ao continente.
Disse que esse ressentimento, o qual não sente por ter uma história pessoal distinta, é real, não deve nem pode ser ignorado. Declarou que tinha sido inocente em pensar que a raça não seria um fator importante em sua campanha. A campanha, seguiu Obama, pode resumir-se a conflitos dessa natureza, a suspeitas de que ele simpatize com as ofensivas palavras, jargões e acusações de Wright, mas também pode ser encarada de modo diferente.
“Dessa vez,” declarou Obama, “queremos falar sobre as escolas que se desmoronam e roubam o futuro de crianças negras e crianças brancas e crianças asiáticas e crianças hispanas e crianças nativo-americanas. Dessa vez queremos rejeitar o cinismo que nos diz que essas crianças não podem aprender; que essas crianças que não se parecem conosco são problema de outrem. As crianças da América não são essas crianças, elas são nossas crianças, e nós não as permitiremos decair na economia do século 21. Não dessa vez.”
Para Obama, a grandeza dos Estados Unidos é que o país pode mudar, o que não se pode dizer, francamente, de todos os demais. Concordo com ele, mesmo que estejamos tão distantes do ideal.
Enquanto isso, em Israel
John McCain foi calorosamente recebido em uma viagem que seguiu do Iraque e tende a continuar pelo continente europeu. Sem visitar comunidades palestinas, McCain esteve presente em uma simbólica cerimônia no Museu do Holocausto Yad Vashem, em Jerusalém. Quase chorando, disse que estava “profundamente movido. Nunca mais,” clamou.
O “nunca mais” e o encontro diplomático entre isralenses e representantes alemães simboliza o paralelo internacional do que ocorre nos Estados Unidos. As divisões raciais, étnicas e sociais estão sempre presentes em nossas vidas, estejamos onde estivermos. Talvez na ausência de negros ou brancos em uma determinada região não exista o racismo, mas logo existe o machismo, o feminismo, o judaísmo, e as centenas de divisões religiosas que infelizmente contribúem na levedura do conflito.
McCain não ganha muito com sua viagem. Seu posicionamento em questões médio-orientais é explícito, e quiçá o menos imprevisível de todos os candidatos. Se há quem questione sua lealdade ao lado “certo” do conflito, há quem apóie acordos unilaterais com Israel. Pois, há de tudo nesse mundo.
Chorou por um “nunca mais” enquanto em seu próprio país o mesmo ódio que motivou Hitler contra judeus ainda se perpetua em conflitos raciais agora expostos e extra-expostos por Barack Obama. O ódio que leva a simpatizantes de seu partido que, segundo estudos psicológicos tende a atrair separatistas sulistas, a rejeitarem a menor opção de que um presidente negro os represente. O ódio comunitário que levou Rudy Giuliani a admitir sua inabilidade de atrair negros e sua postura aberta de sequer fazer campanhas em suas comunidades.
Finalizando com Mike Huckabee,
Que apareceu no programa Morning Joe e declarou que “nós precisamos dar um desconto a pessoas que vem do sul ou filhos de gerações passadas do sul do país,” pois seu ódio é real e ainda vivo em suas memórias. Afinal, esses são os filhos dos ex vizinhos de Rosa Parks. São aqueles que choraram a morte de Martin Luther King quando acompanharam seu caixão no sombrio dia de seu funeral. Esses são os segregados, os separados e os excluídos de todas as formas e maneiras que possam vocês imaginar.
Barack Obama me convenceu com seu discurso. Pretende ainda dar mais dois sobre o Iraque, política externa e a economia, hoje e amanhã. Vence em praticamente todos os ângulos nesta corrida à nomeação. O cronômetro a Pennsylvania corre solto, e a Novembro, paulatino. A raça de Obama vem se comprovando dia-a-dia.
RF
Essas Palavras Vos Trazem
Barack Obama,
Estados Unidos,
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Joe Scarborough,
John McCain,
Mike Huckabee,
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