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Wednesday, April 30, 2008

Dia do Holocausto

Depois dos discursos recentes do Rev. Jeremiah Wright, Barack Obama finalmente se distanciou da controversa figura. Penso disso que Obama finalmente compreendeu que não podia encarar o tema com a maturidade que encarara antes. Mais do que isso, descobriu que suas amizades antagônicas, mesmo que a antagonia não seja ilógica de todo, mesmo que represente parte do sentimento da população e muito dos sentimentos estrangeiros, prejudicam sua imagem, e que isso é inevitável mesmo que ele desejasse o contrário. Discordo da forma e conteúdo do acontecido, mas nada a fazer, apenas me resta esperar que o tema não lhe seja mais inimigo, mas atualmente duvido mais de suas capacidades, e passo a igualar o eloquente senador a todo e qualquer outro político. Talvez quem esteja “crescendo” seja eu. Talvez seja eu o “infantil”, mas sigamos à próxima.

Hoje é dia do Holocausto em Israel, semana antecedente ao dia dos Finados (soldados israelenses mortos em combate) e o dia da Independência. Abaixo, Rachel, uma das israelenses que trabalha comigo e com quem sempre encontro bons atritos até desistir de discutir com ela por respeito próprio ao meu ouvido, que não é penico, contava das entrevistas aos jovens israelenses que visitam a Polônia, a Alemanha e a Hungria a ver os campos de concentração da história moderna do povo judeu.

Foram seis milhões de judeus mortos, entre esses, dois milhões de crianças. Por qualquer desventura sarcástica desta nossa vida-morta, a lógica e a conclusão nazista de eliminar a raça judia (e todas as demais raças “inferiores”) jamais seria a mesma de assassinar dois milhões de crianças. Essa quiçá seja a prova mais contundente da aberração daquele regime, que como outros tantos, procurou o genocídio como forma de resolução de seus problemas.

Atualmente Israel luta por seu direito de existir, mas existe há 60 anos, mais poderosa do que qualquer outra nação do Oriente Médio, com melhores amigos (USA), com melhor infra-estrutura, educação e economia do que seus vizinhos. Isso em si exemplifica o sucesso dos sobreviventes europeus do holocausto alemão, que não só saíram dos campos de concentração pesando plumas, mas sobreviveram outros 60 anos de prosperidade e construção. Não sem conflitos, é verdade, mas considerando o trauma da Segunda Guerra Mundial, até que não se saíram tão mal. Similar a esse movimento vejo apenas no Japão, sobrevivente de duas bombas atômicas e hoje uma das maiores potências econômicas e sociais do planeta.

Rachel conta que os entrevistados criaram um paralelo entre o que ocorreu então, com a demora de Eisenhower a agir e dos russos a reagir em coalisão contra Hitler, e o que ocorre corriqueiramente com os mísseis disparados da Faixa de Gaza a Israel. Dizem que, do mesmo modo, o mundo ignora o problema e permite o abuso palestino ao Estado de Israel.

Quando nessas é que mais discordo de minha terra pátria. Infelizmente, a auto-vitimação vinda de uma traumática experiência há mais de 60 anos atrás apenas gera a vitimação do próximo. Nesse caso, contando o número de vítimas de ambos impérios rivais, os clandestinos palestinos e os oficias israelenses, os palestinos perdem (ou ganham, dependendo do ângulo) em grande escala. Ao mesmo tempo, a Inglaterra há alguns meses já havia anunciado que o número de casualidades da guerra contra o terrorismo no Iraque e Afeganistão já havia levado a vida de mais de um milhão de civis.

O mesmo ocorre em Darfur, Somália, um holocausto, genocídio cruel que vem ocorrendo há alguns anos sem intervenções diretas dos Estados Unidos, Inglaterra, e até mesmo Israel. Pois, se fosse para intervenir, antes deviam fazê-lo na África, tão carente da atenção mundial.

A evolução humana consiste em quebrar circulos viciosos e construir novos ciclos, novas eras, novos ideais. Pelo que entendi do funcionalismo do planetinha que me abriga, a persistência nos mesmos erros arcaicos de sempre é eterna. As mesmas idéias que ainda regiam o pensamento humano há milênios, regem hoje como nunca. O mesmo orgulho ainda impede que o humano rompa suas próprias barreiras criadas pelos traumas estampados pelo tempo.

Relembrando grande parte de minha família assassinada covardemente pelos nazistas há 60 anos, e trazendo à tona a memória honrosa daqueles que morreram simplesmente por serem quem eram, das crianças que morreram sem a menor consciência do motivo, das pessoas que ajudaram os judeus a sobreviver em solo europeu, das que os abrigaram depois em solo estrangeiro, peço a todos que não orem, não acendam velas, não chorem pelas águas passadas. A hora é passada a combater as atrocidades da humanidade. Juntemo-nos a relembrar nossos leitores de que há holocaustos e genocídios que ainda ocorrem diariamente, debaixo de nossos narizes. E lutemos por um mundo melhor no amanhã de nossos filhos.

RF

Wednesday, March 19, 2008

A raça de Obama

Para Barack Obama, a semana começou com o pé esquerdo. Depois dos comentários incendiários de Geraldine Ferraro e seu afastamento como campanhista de Hillary Clinton, a geração YouTube conseguiu expôr o elo do senador de Illinois com o Reverendo Jeremiah Wright da Igreja Trinity United, à qual Obama pertencera e jamais renunciou.

Wright, por sua vez, criou fama por seus discursos anti-Estados Unidos, como o mais citado por Joe Scarborough do programa Morning Joe da MSNBC, cinco dias após o Onze de Setembro, quando disse que o país merecia o que lhe ocorrera. Outros de seus jargões conhecidos são chamar a nação de KKK da América (uma alusão antipática ao grupo supremacista Ku Klux Klan), dizer “Deus amaldiçoe a América” ao invés de “Deus abençoe a América", e por fim sua infame acusação de que o governo estadunidense teria propositalmente propagado o vírus HIV entre negros.

O pastor mostra-se claramente enraivecido pelos conflitos segregadores das gerações passadas de negros que sofreram a escravidão e a exclusão não só social, mas genética, por demasiados anos, e a ligação afetuosa que tem com Obama lhe criou a maior das controvérsias de sua campanha: Seria Barack Obama racista? Serão suas aspirações anti-patrióticas?


Dias Passados


Jovem e sem passado político a lhe assombrar, rivais fanáticos da direita conservadora procuraram em vão, por muito tempo, e apenas agora encontraram um grande cabelo no mingau de Barack Hussein Obama. Além de fazerem o que agora fiz por pura ilustração, ou seja, citar “Hussein” como instigador de polêmicas, também tentaram revela-lo anti-patriótico quando comprovaram que Obama não leva a mão direita ao peito esquerdo quando ouve o hino dos Estados Unidos. Há uma bela imagem que mostra o contraste dos demais candidatos e o senador de Illinois, enquanto os demais levavam a famigerada mão direita ao peito esquerdo, e ele apenas as deixava entrelaçadas abaixo de sua cintura.

Porém, obviamente isso não foi o suficiente. Logo puderam encontrar nesse pastor a desculpa que sempre quiseram dar para não eleger um negro à Casa Branca. Rush Limbaugh, que continua discursando em sua estação como radialista radical conservador, chama seus ouvintes a votarem por Hillary Clinton “apenas para ver o partido se degladiar e se acabar até Novembro,” mas não desmente sua opinião de que Barack Obama é simplesmente inelegível.

Tive a chance de conversar e ler a opinião não só de bloguistas conservadores, mas de pessoas conservadoras envolvidas com o partido ou com suas ramificações supostamente independentes. Para eles, Obama tampouco é elegível. Por ser filho de estrangeiros, por ter nome árabe e por ser negro, talvez. Porque, em se tratando de seu escasso envolvimento na descomunal história do senado estadunidense, suas atitudes não foram piores do que as de seus rivais partidários, e até melhores em instâncias específicas. Não há um único motivo melhor para não suportar a idéia de tê-lo como presidente.


O Grande Discurso


A única verdadeira história na notícia que unia Obama e seu ex pastor Wright, foi o histórico discurso que o senador deu ontem a centenas, logo milhares, logo milhões de cidadãos e cidadãs norte-americanos. Precisando fazê-lo, seus estrategistas não deixaram dúvidas de que a maior intenção seria criar um espetáculo que expressasse o quanto Obama pode ser presidencial.

Quatro bandeiras à sua esquerda e quatro à direita diante de uma cortina azul semi-celeste-semi-marinho, e o pré-candidato ao pódio, sem as mãos cruzadas ou a coluna torcida, com um olhar sereno, sério, conciso, de palavreado sensato. Poderia ser o “State of the Union Address”, discurso anual do presidente da nação, mas foi basicamente um argumento clássico, que ainda terá repercussões mais sérias do que as que flutúam pelo país.

Não disse que “tinha um sonho”, mas explicou aos incautos, aos inocentes, aos maliciosos e aos ignorantes que existe um ressentimento profundo pelos brancos entre as passadas gerações negras que se propaga nos “barbeiros, nos salões de beleza, ao redor da pia da cozinha e, ocasionalmente, encontram espaço nas igrejas” das gerações mais jovens. Um ódio pelo racismo, pela lei de Jim Crow que segregou colégios públicos no sul do país, pelos espancamentos e pelos linchamentos e pelo terrorismo que negros sofreram desde que, sem escolha, foram trazidos como escravos ao continente.

Disse que esse ressentimento, o qual não sente por ter uma história pessoal distinta, é real, não deve nem pode ser ignorado. Declarou que tinha sido inocente em pensar que a raça não seria um fator importante em sua campanha. A campanha, seguiu Obama, pode resumir-se a conflitos dessa natureza, a suspeitas de que ele simpatize com as ofensivas palavras, jargões e acusações de Wright, mas também pode ser encarada de modo diferente.

“Dessa vez,” declarou Obama, “queremos falar sobre as escolas que se desmoronam e roubam o futuro de crianças negras e crianças brancas e crianças asiáticas e crianças hispanas e crianças nativo-americanas. Dessa vez queremos rejeitar o cinismo que nos diz que essas crianças não podem aprender; que essas crianças que não se parecem conosco são problema de outrem. As crianças da América não são essas crianças, elas são nossas crianças, e nós não as permitiremos decair na economia do século 21. Não dessa vez.”

Para Obama, a grandeza dos Estados Unidos é que o país pode mudar, o que não se pode dizer, francamente, de todos os demais. Concordo com ele, mesmo que estejamos tão distantes do ideal.


Enquanto isso, em Israel


John McCain foi calorosamente recebido em uma viagem que seguiu do Iraque e tende a continuar pelo continente europeu. Sem visitar comunidades palestinas, McCain esteve presente em uma simbólica cerimônia no Museu do Holocausto Yad Vashem, em Jerusalém. Quase chorando, disse que estava “profundamente movido. Nunca mais,” clamou.

O “nunca mais” e o encontro diplomático entre isralenses e representantes alemães simboliza o paralelo internacional do que ocorre nos Estados Unidos. As divisões raciais, étnicas e sociais estão sempre presentes em nossas vidas, estejamos onde estivermos. Talvez na ausência de negros ou brancos em uma determinada região não exista o racismo, mas logo existe o machismo, o feminismo, o judaísmo, e as centenas de divisões religiosas que infelizmente contribúem na levedura do conflito.

McCain não ganha muito com sua viagem. Seu posicionamento em questões médio-orientais é explícito, e quiçá o menos imprevisível de todos os candidatos. Se há quem questione sua lealdade ao lado “certo” do conflito, há quem apóie acordos unilaterais com Israel. Pois, há de tudo nesse mundo.

Chorou por um “nunca mais” enquanto em seu próprio país o mesmo ódio que motivou Hitler contra judeus ainda se perpetua em conflitos raciais agora expostos e extra-expostos por Barack Obama. O ódio que leva a simpatizantes de seu partido que, segundo estudos psicológicos tende a atrair separatistas sulistas, a rejeitarem a menor opção de que um presidente negro os represente. O ódio comunitário que levou Rudy Giuliani a admitir sua inabilidade de atrair negros e sua postura aberta de sequer fazer campanhas em suas comunidades.


Finalizando com Mike Huckabee,


Que apareceu no programa Morning Joe e declarou que “nós precisamos dar um desconto a pessoas que vem do sul ou filhos de gerações passadas do sul do país,” pois seu ódio é real e ainda vivo em suas memórias. Afinal, esses são os filhos dos ex vizinhos de Rosa Parks. São aqueles que choraram a morte de Martin Luther King quando acompanharam seu caixão no sombrio dia de seu funeral. Esses são os segregados, os separados e os excluídos de todas as formas e maneiras que possam vocês imaginar.

Barack Obama me convenceu com seu discurso. Pretende ainda dar mais dois sobre o Iraque, política externa e a economia, hoje e amanhã. Vence em praticamente todos os ângulos nesta corrida à nomeação. O cronômetro a Pennsylvania corre solto, e a Novembro, paulatino. A raça de Obama vem se comprovando dia-a-dia.

RF

Monday, May 07, 2007

Longa Resposta ao Jens

Jens disse

Roy:

Não acredito que os conflitos no Oriente Médio venham a ser solucionados algum dia. É muito ódio, um ódio milenar.
Falando sério: não consigo entender de onde vem essa bronca com os judeus - e não só da parte dos palestinos, o anti-semitismo é um sentimento espalhado pelo globo terrestre, em diferentes intensidades. De onde vem essa raiva essa não-aceitação do outro? Podias fazer um post abordando a questão.
Um abraço.


Acabei de acordar, digamos. Mesmo que meu galo cante às quatro, quando me levanto e encontro formigas escalando a batente da porta do banheiro, eu por mim ainda não me despertei. Não sei como amanheceu Israel, Jens, assim que falarei em termos gerais, como mais valho.

Sei apenas que Nicolas Sarkozy venceu e a França se tornou da tarde para a noite um país mais conservador. Penso que nós dois sabemos que esse detalhe não nos interessa muito particular, apenas geralmente, e portanto voltamos às generalizações. No caso, da tendência da raça humana, como uma das inúmeras espécies animais, de se aglomerar em pequenas mazelas (ou tribos, ou vilas, ou cidades) e formar culturas específicas, e através da fundação de seus pensamentos e da perseguição de seus valores, criarem as chamadas sociedades. Essa é uma tendência geral, aglomerar-se, distinguir-se e assim recriar um mundo de idéias e conceitos expressados nas leis e na conduta popular, espelhados nos canais de comunicação (o que se diz é tão importante quanto o modo que é dito) e na opinião pública. Fatalmente, é essencial a separação para que haja distinção, e nessa separação criam-se as fronteiras e as guerras, mesmo que sua existência não seja vã. Até há pouco tempo, não se podia imaginar o que hoje se vê diariamente por consequência direta da globalização. Antes da explosão global – que ainda cozinha e deve estourar com maior intensidade no futuro – as segregações eram necessárias por muitos motivos dados e pensados, dos quais apenas citarei dois de minha própria reflexão imediata:

1 – Não se conhecia o outro.

2 – Não se podia lidar integralmente com o próprio, como exigir-se-ia que lidassem com o outro?

Assim nasceram milhares, milhões de sociedades que, como bactérias, ou melhor, como cardumes de peixes, como segmentos símios, como meras baratas, entre conflitos sangrentos, comerciais e políticos, explodiram no que hoje em dia chamamos de mundo. Veja que não evito a palavra “civilização” ao acaso. Antes de abordar sua pergunta, Jens, é importante que percebamos como esse “mundo” se criou e como se recria a cada dia que eu, tu, ele, nós, vos e eles aceitamos nossa auto-programação a aceitar diariamente a mesma realidade. Você e eu sabemos que não se trata de ver gnomos ou fadas, e que se meu senhor é Jesus ou se minha deusa é Afrodite de nada diferenciará o que quereriamos mudar se realmente pretendemos um mundo melhor aos nossos decendentes. O que nós queremos mudar não é a aglomeração ou separação, e sim a justiça. A justiça social, conforme é dita…

Pois bem, Jens, os judeus sofreram por todos os lados as perseguições mais torpes do planeta por serem judeus. Quando uma pessoa em uma festa começa a fazer birra e sai brigado com todos os demais convidados, automaticamente sabemos quem precisa se desculpar. Essa é a lógica intuitiva imediata, mas é também imediatamente ignorante, do mesmo modo que a opinião das massas tende a ser a mais imbecíl. Afinal, caso soubéssemos que os judeus causaram tanto mal quanto, por exemplo, os cristãos ferrenhos que seguiam as vontades da monarquia espanhola e portuguesa à época das inquisições, ou os cavaleiros das cruzadas, ou os caçadores de bruxas na América do Norte, ou os alemães nazistas, ou os antigos egípcios (dos quais os hebreus foram escravos, e a roda do destino vira e revira), colonizadores europeus, ou índios Maias, sudaneses ou os angolanos ou os afrikanners ou chineses comunistas; caso soubéssemos que o judeu, como convidado especial dessa festa de representantes diversos da espécie humana, causou “pior” mal à humanidade do que apenas um desses mencionados, até concordaria contigo, caro Jens.

O fato é que entre aglomerações e separações, os povos semitas abordaram – por lei, algo que vem mudando com a própria globalização – uma atitude similar: não se comprometem em negócios; não se casam; não fazem favores a não judeus/semitas (árabes também são assim). Já ocorreram alguns casos específicos de negligência e preconceito entre judeus europeus e judeus mediterrâneos (o melhor sangue é o europeu, Jens, fale a verdade), mas foi uma verdadeira excessão se comparada à minha particular experiência parentesca e tradicional com os judeus de minha vida e a história que conheço da boca de meus diretos companheiros, familiares e amigos. Confesso que me afastei da comunidade, mas isso porque me identifico, atualmente, mais com a merda da raça humana do que com o ser judeu. O fato é que hoje é hoje, cinquenta anos atrás foram cinquenta anos atrás, e há cinquenta anos atrás a separação chegou ao seu auge com a Segunda Guerra Mundial e o holocausto de judeus, negros, homossexuais, servos e eslavos, canhotos, deficientes físicos, homens, mulheres e crianças. Nessas épocas, a desculpa foi a mesma de sempre: o judeu é diferente, o judeu não se importa com a situação do mundo, apenas consigo, o judeu tem sua própria religião, casa entre si, faz negócio apenas entre si e… E, cargas d’água, o quê? Os canhotos, as lésbicas, os eslavos e os negros tinham seus motivos para a consideração inferior. Algum deles fazia sentido?

Encerro então, Jens, perguntando qual outra sociedade, qual outro habitat da espécie humana abrigou melhor aos seus súditos do que os judeus abrigaram aos demais? Qual outra espécie foi mais solidária entre si? Onde estão os egípcios, Jens, e os romanos, e os grandiosos gregos? Onde está o esplendor da evolução muçulmana atualmente? Como tratam os políticos árabes aos seus súditos? Diga-me, Jens, cadê Ottomanos? Onde estão nossos índios (mortos por judeus?)? Onde estão os Persas? Apenas pergunto porque quero saber qual desses povos tratava melhor aos seus próprios do que os judeus, e onde se encontram atualmente? Extintos… Se não esquecidos, apenas lembrados…

Agora me diga que os negros se amam, entre si, ou que amam aos brancos, e que os protestantes sempre toleraram os asiáticos, e que os asiáticos sempre amaram os católicos apostólicos romanos… Ou seja, existe uma dicotomia desnecessária aqui: não são os judeus os únicos odiados por todos, todos odeiam-se entre si o suficiente.

Por isso, Jens, indignei-me com algumas coisas ditas por alguns de meus heróis, mas isso passa. Se Wilde, Shaekspeare, Disney, Amado e alguns outros eram um tanto quanto anti-semitas, é porque conectaram a idéia da burguesia, do controle do mundo, da paranóia universal hitleriana com o ser judeu. Amigo, na sinceridade e sem sacanagem. Nego acredita em papai noel, brother. Nego acredita na Virgem Maria ainda. Você ainda me pergunta sobre o anti-semitismo? Esta é minha resposta.

Abraxão,

RF

Um PS: Quanto ao argumento de que o judeu só pensa em judeus, a seguir uma pequena lista apenas dos nomes que me ocorrem de judeus que fizeram algo pelo mundo:

1 – Sigmund Freud, pai da psicanálise
2 – Albert Einstein, pai de algumas belas teorias, incluindo a da Relatividade.
3 – Marx & Engel, pais do socialismo.
4 – Kafka, um dos mais influentes escritores existencialistas.
5 – Kamen, inventor, criou o veículo Segway e um aparelho (ainda não comercializado ou estatizado) que filtra qualquer água e a torna potável.
6 – Richard Feinman, um dos mais importantes físicos do século XX.
7 – Husserl, pai da Fenomenologia.
8 – Eric J. Hobsbawm, um dos mais ilustres historiadores do séc. XX.
9 – Howard Zinn, historiador e ativista, escreveu o primeiro livro a desestruturar o antigo método de se ensinar história nos EUA, “A People’s History of the United States.”
10 – Trostky, escritor e filósofo influente do século IXX.

Os demais, acho que cada qual pode encontrar.