Friday, January 25, 2008

Nhac! Debates

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A seguir, mordidas dos debates republicano e democrata. Semana que vem conclúo a carta “Ao Artista Choroso.”

Debate Democrata em South Carolina pela CNN


Hillary Clinton versus Barack Obama

A briga, que tinha se apaziguado por alguns dias, se intensifica como nunca. Obama e Clinton passam uma boa parte do debate atacando um ao outro. Entre os principais ataques de ambos estão:

Barack Obama não teria postado no sítio eletrônico de sua campanha a comprovação de que pode pagar pelos serviços que promete oferecer. Desde descontos nos impostos de pessoas que ganhem determinadas somas anuais, a devoluções de até $500 dólares para combater a iminente recessão estão detalhados em suas promessas.

Hillary Clinton clama vigilar pelas mesmas mudanças que Obama oferece, ou ainda melhores. No entanto, é um exemplo de democrata que apoiou a Bush à época que antecedeu a invasão ao Iraque, ou tampouco conquistou muito no senado pelo lado democrata contra os interesses da atual administração. Obama lembra que “enquanto ele já lutava pelos direitos civis da classe média, ela representava o Wal-Mart entre seus maiores empresários.”

Hillary retrucou que, enquanto ela batalhava por melhores condições à classe média como primeira dama e logo independentemente, Obama trabalhava para outro dos ricos e poderosos que tanto critica. Nenhum dos dois está exatamente correto, conforme dizem comentaristas de ambas CNN e MSNBC.

Clinton critica a Obama por seus mais de cem votos “nulos” nas legislações representando seu estado de Illinois. Quando o senador diz apenas “presente” e não “sim ou não”, seu voto é considerado neutro. Obama respondeu que das mais de quatro mil votações, Clinton decidiu pegar apenas cem e destacá-las como maus exemplos. Afinal, entre as reformas que deveriam ser passadas, estavam por exemplo a maior proteção a víimas de abusos sexuais, e que quando ele votou apenas “presente” era para forçar uma nova análise da proposta.

Clinton também criticou a Obama por elogiar as idéias do partido republicano. Seu marido já tinha dito que Obama queria ser como Ronald Reagan em suas próprias palavras, uma proibição entre os democratas. Obama se defendeu dizendo que jamais tinha dito que gostava das idéias, apenas que a base republicana as tinha, e que eram consolidadas, e que ele queria ser como Reagan no sentido de unir ambos partidos republicano e democrata para um governo bi-partidário. Um comercial de rádio repetiu a crítica em nome de Hillary Clinton por vinte-e-quatro horas, depois retirado pelo “mal-entendido” que apenas culminou em uma maior repercussão nacional, fazendo valer a idéia de que, certamente, os Clinton fariam de tudo para se elegerem.


O Fator “Bill Clinton”

Quando queremos que alguém se acalme nos Estados Unidos, dizemos: “Chill, dude,” ou “fica frio, cara.” A mensagem de analístas políticos a Bill Clinton é “Chill, Bill.” Hillary não precisa de seu marido para vencer essas eleições, mas certamente ele pode beneficiá-la, e todos parecem concordar que os Clinton fariam de tudo para se elegerem. Enquanto Obama faz questão de mencionar a Bill, assim dando entender que não tem medo do ex-popular presidente estadunidense, Hillary discretamente apenas diz que “ambos temos esposos cometidos, Barack.” Mas Michelle, a esposa de Obama, jamais atacou Hillay Clinton e muito menos disse inverdades.

John Edwards

Decidiu ser mais discreto, assim recebendo menos tempo do que seus colegas, mas também ganhando maior credibilidade por não ter se envolvido na briga pessoal entre os dois políticos. Também decidiu questionar Obama por suas mais de 100 votações “nulas.” De acordo com simpatizantes e jornalistas, o consenso é de que Edwards teria vencido o debate, mas ganho muito pouco com o mesmo.

Respostas Sinceras?

Isso já ocorrera no debate anterior, em New Hampshire, quando perguntaram aos candidatos alternadamente qual seria seu maior defeito.

Obama foi o primeiro, e disse que tinha problemas sérios para organizar seus papéis, e que pedia aos seus acessores e estagiários que só lhe entregassem documentos necessários dois minutos antes de que os precise usar.

Edwards disse que seu maior defeito era a fraqueza para lutar pelos pobres, e sua sensibilidade pelos esforços da classe média. Mas que defeito nobre!

Clinton disse que seu maior defeito era a impaciência para causar mudanças.

Obama depois brincou em uma de suas convenções e retrucou: “Se eu fosse o último, diria que meu maior defeito era ajudar as velinhas a atravessar a rua.”

Em South Carolina, a pergunta foi: Por que Martin Luther King, se vivo estivesse, os apoiaria?

Edwards disse que o apoiaria porque por toda sua vida profissional tem lutado pelas classes média e baixa, e que também lutava contra as injustiças sociais.

Obama disse que King não apoiaria ninguém, mas responsabilizaria o governante por seus feitos, e clamaria para que seus seguidores fizessem o mesmo.

Clinton disse, contudo, que King apoiava políticos e fazia lobby para os mesmos. E se tivesse que apoiar um dos três, ela já comprovou em seus anos ao lado de Bill que sempre lutou pelos direitos humanos.

Será que Obama ainda não aprendeu como se joga esse jogo?

Amanhã, mordidas sobre o espetacular (e bota espetacular nisso) debate republicano a meia hora de minha casa, em Boca Raton, na Flórida, nesta Quinta passada Feira.

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