Para Barack Obama a semana poderia ter terminado melhor. Uma das maiores controvérsias da administração de George W. Bush são as leis relacionadas à quarta emenda constitucional, que proíbe o governo de acessar informações privadas de seus cidadãos sem mandatos explícitos e completa exposição de todos os detalhes e motivos da busca.
O FISA (Foreign Surveilance Intelligence Act) foi criado em 1978 com o intuito de alargar o poder do governo na contra-inteligência estrangeira, podendo assim grampear telefones e acessar informações privadas, como extratos bancários e outras contas cotidianas, sem a necessidade da burocracia implementada para proteger o indivíduo do poder governamental.
Não acredito na santidade da constituição, mas acredito que a idéia da burocracia advenha da consciência primária, básica, até mesmo primitiva, de que quem no poder está, o poder pode abusar, e quem não tem poder é o abusado, no caso, a população comum.
Desde o 11 de Setembro, Bush elevou o poder do FISA, permitindo o acesso de dados privados de indivíduos considerados “suspeitos”, o que em muitos casos, mais do que se imagina, significou cavar no quintal de pessoas totalmente inocentes e desnexadas à famigerada Guerra contra o Terror. Melhor dizendo, o governo dos Estados Unidos aterrorizou sua população.
Esse terror fez com que muitos inocentados processassem companhias de celulares pela disponibilização de seus dados e contas a agências investigativas federais. Bush e sua base conservadora sabiam que FISA perderia algumas batalhas, mas não poderia perder a guerra antes de seu retiro do cargo.
Permitir processos civis a companhias de celulares, e aumentar a fiscalização burocrática dos agentes federais faria com que o público soubesse de inúmeros casos de investigações e dinheiro público gasto na espionagem de indivíduos inocentes– bem como sabe dos inocentes detidos em Guantánamo Bay graças à vitória do Congresso e Senado democratas de viabilizar maiores recursos legais aos prisioneiros da baía cubana.
Ontem o Senado tinha a chance de domar o poder do FISA e da administração de Bush através de um voto que bloquearia a proibição do processo civil a companhias que cooperassem com agentes federais ao acesso de dados privados. Também exigiria maiores restrições e procedimentos burocráticos tanto para trazer à tona os erros da administração quanto para evitar futuros enganos.
Barack Obama juntou-se à maioria, e os republicanos decaptaram os esforços democratas. Conseguiram garantir a imunidade dos atos inconstitucionais do FISA, e a prosperidade da administração atual. Isso é suficiente para causar grandes desilusões quanto às últimas duvidosas posições de Obama, desde o início das campanhas às eleições gerais.
Senadores como Hillary Clinton, de NY, Joe Biden, de Delaware, Christopher Dodd, de Connecticut, e muitos outros próximos conhedidos das primárias democratas juntaram-se à minoria e perderam. Obama juntou-se à maioria e, para muitos observadores dessa histórica campanha, perdeu também. Afinal, em recente passado prometeu lutar pela quarta emenda constitucional, destruir o inescrupuloso poder do FISA, e construir um governo que estadunidenses possam realmente chamar de “livre”. No fim do dia, o centralizado Obama votou contra suas palavras, e colocou em dúvida, novamente, sua integridade política.
Vitória Democrata
Para a sorte do partido, Ted Kennedy surpreendeu o Senado com sua aparição enquanto votavam contra a implementação de cortes salariais a médicos atendentes do programa chamado Medicare, específico a idosos do país.
Paul Krugman explica o nascimento do conflito em 2003, com a administração atual gastando 17% a mais com o Medicare através do uso de seguradoras intermediárias para cobrir os serviços à populaçãp idosa, ao invés de remunerá-los diretamente. O resumo, contudo, é que com o corte de aproximadamente 10% nos salários de médicos atendentes do Medicare, muitos não continuariam no plano, e a privatização do seguro estadual veria-se ainda mais provável, algo que democratas consideram um engano, já que seguradoras privadas selecionam os mais saudáveis entre os idosos, e negam serviço aos que realmente mais precisam.
Antes de mais nada, o teatro: Ted Kennedy, recentemente diagnosticado de câncer no cérebro, apareceu e clamou que a lei o afetava pessoalmente, já que, como idoso, Kennedy também faz parte da faixa etária beneficiada pelo Medicare. Assim sendo, e aos aplausos de um Senado lotado (todos os senadores estiveram presentes menos John McCain), os democratas conseguiram bloquear o corte planejado pelos republicanos.
Placar final e Gallup
O Gallup fecha com a vitória de Barack Obama por 1% a mais do que a média da semana: 46-43%.
O placar final aqui d’A Escolha do Próximo Porteiro para a semana é:
Barack Obama 4 x 1 John McCain
Friday, July 11, 2008
Fechando a Semana
Essas Palavras Vos Trazem
Barack Obama,
Christopher Dodd,
George Bush,
Hillary Clinton,
Joe Biden,
John McCain,
Medicare,
Roy Frenkiel,
Ted Kennedy
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7 comments:
Dizem que além de competência há que se ter tb sorte. E se a sorte estiver do lado de Obam, ainda melhor né? rs
4 x 1 pra ele. 1 x 0 pra vc: placar meu!!!!
Beijo-Beijo!
"Meus herois morreram de overdose..."
No sede de alcançar votos, Obama reseouveu vender sabão (ou "tomar o poder", como se diz aqui no Brasil) para, só depois, adotar as políticas em que acredita (bem, assim quero acreditar). Mesmo assim, foi uma puta bola fora o que ele cometeu. Eleitores esclarecidos geralmente votam em princípios e esta sua atitude não ajudou em nada...
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Ótima análise!
Abraço forte!
Olá, moço!
Estou meio enrolada com meu tempo e por isso, sumida. Mas, arrumei um tempinho e deixei uma lembrancinha para você lá no Consciência Coletiva, espero que goste!
Beijo.
Obama e família são fashion reportagem do Jornal Nacional e comentário de Donatella Versace(por favor nãoooooooo)...
Que seja um porteiro elegante rssssss...
Beijo e excelente texto.
A luita contra o terror provoca terror até nos justos. Mas pagar o justo pelo pecador é sina dos tempos modernos. Digamos que são «danos colaterais»!...
Loba, entao GOOOOLLLL!!!!! Haha! Claro, claro, mas aqui ainda ta facil, gente, poxa, escrever mahomenos e falar o que falam na tv e nos jornais ainda ta facil. De todos os modos, brigadeiro e bjx!
Eh, Marcelo, sera que ele vai deixar de babar sabao como cao raivoso quando subir ao poder, ou desembestar como clamam os preocupados? Nao sei nao, viu, nao sei nao. Tambem espero contigo, esperemos juntos, pois, pois. Abrax!
Lola, thank you very mucho! Adorei, ja tae decorando o blog;-)
Hmmm Tania, nao conheco esse Donatella, doi na tela? Conta o que ele diz praeu saber! bjx!
Rouxinol, eh como remedio contra cancer que da AIDS. ;-) abrax!
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