Ao Artista Choroso Parte I
Ao Artista Choroso Parte II
(Hoje, o mais complicado e decisivo estado republicano decide o futuro candidato do partido. Democratas disputam por mera popularidade. Florida, 2008.)
Aqui existem corruptos e palhaços, bem como aí, mas o povo tem maior poder, tanto em base informativa como em poder aquisitivo e sim, muito mais na b do que na a. Ainda assim existem as eleições enganosas - não falsas, enganosas, que mal refletem o que o povo realmente quer e precisa, e que nem sempre elegem, efetivamente, o presidente eleito. Mas aqui, ao contrário daí, não se trata de uma sopa de letrinhas sem filosofia certa atribuída a nenhuma. Aqui, existem dois partidos, os Tori e os Wigs, os Comunistas e os Fascistas, a Realeza e a Nobreza, os Republicanos e os Democratas.
Entre um e outro existem diferenças básicas. Republicanos cortam impostos para favorecer, supostamente, o estímulo econômico individual, leia-se consumo. Dizem que o corte de impostos a grandes e pequenas empresas supostamente igual favorece o que já chamaram de modelo feudal, quanto mais dinheiro o rico ganha, mais dinheiro escorre a quem embaixo está.
Democratas divergem, mas sua filosofia favorece simplesmente o mesmo tipo de interesse (dinheiro) a diferentes vertentes, e quer ao estado mais controle e à república mais benesses sociais, ou seja, tornar o mais socializado possível o país mais consumista do universo conhecido. Para tanto, aumento de impostos a quem mais tem, diferentes tarifas, diferentes aliquotas, diferentes tributos, mas a linguagem é basicamente a mesma entre todos os candidatos, tira-se mais de quem mais tem, menos de quem menos tem, mas ao estado pertence a obrigação de fornecer saúde, educação, transporte, e energia eficiente, barata e saudável a todos. Na teoria a prática é outra, como diria alguém que nunca conheci e cujo nome me foge.
Republicanos são também conservadores. Todos, menos McCain, querem impôr mais restrições à chegada de imigrantes. Todos, menos Ron Paul, querem que as tropas estadunidenses continuem no Iraque por tempo indefinido, e estão preparados para abrir as portas do inferno (assim disseram em debate recente) aos inimigos. Todos, menos Giuliani, favorecem o porte civil de armas com poucas restrições. Todos, menos Giuliani, se opõem ao aborto e à liberdade de escolha. Todos, menos Giuliani, se opõem ao matrimônio entre pessoas do mesmo sexo. Democratas, no entanto, não têm "todos menos um" nesta corrida eleitoral. São "todos e seus tios" que dizem basicamente o contrário do que diz a maioria dos republicanos.
A única diferença entre Obama e Clinton, meu amigo chorão, é que Clinton parte de um princípio de conhecimento de Washington e quer fazê-lo funcionar em prol de seus ideais, e Obama tem a ingenuidade de não conhecer Washington tão bem, mas sua campanha é baseada na mudança que vem, em suas palavras, "de baixo para cima," ou parafraseando a Jack Kennedy – como fez Kathleen Sebelius, a governadora de Kansas, em sua resposta ao discurso anual do presidente, o último na história de George W. Bush – "não perguntem ao seu país o que ele pode fazer por vocês, e sim, o que vocês podem fazer pelo seu país.".
Clinton tem mais experiência e Obama menos, mas no fim do dia ninguém governa sozinho, e podemos comparar a culpa de Bush pela atual situação do país à culpa de um porteiro que nada pôde fazer quando o edifício em que trabalha foi saqueado por bandidos assassinos. Mudança todos querem, até uma boa parte dos nossos adversários republicanos. Mas a verdadeira mudança apenas nós podemos fazer. Nós, amigo das lágrimas que eu sei serem sinceras, somos os verdadeiros idiotas.
RF
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