Thursday, June 26, 2008

Pesquisas, Coréia do Norte e Irã

De acordo com as últimas pesquisas encaminhadas ao Instituto Gallup, Barack Obama e John McCain encontram-se empatados em 45% nacionalmente.

Outras pesquisas:

Pollster.com: Barack Obama – 48%
John McCain – 41.5%

Rasmussen: Barack Obama – 46%
John McCain – 41%



Universidade de Quinnipiac:
Obama vence a McCain nos seguintes estados vermelhos ou instáveis:

- Colorado: 49-44%
- Michigan: 48-42%
- Minnesota: 54-37%
- Wisconsin: 59-37%


Vale lembrar que ainda é cedo para determinar o verdadeiro humor da nação, mas pela primeira vez em duas semanas o Gallup mostra Obama empatado com McCain.


Opinião

George W. Bush declarou à nação, nesta manhã de Quinta-Feira, que graças a esforços diplomáticos bem sucedidos, a Coréia do Norte finalmente abrirá as portas de suas usinas nucleares e mostrará o desenvolvimento de seus projetos nucleares.

Bush mudou sua posição em relação à Coréia após incluí-la, no início de seu mandato, ao que chamava de Eixo do Mal, entre Iraque, Irã e Coréia do Norte. Agora, pretende retirar o nome do país comunista de sua infame lista, bastando revisar alguns poucos detalhes.

Uma das discussões mais intensas entre Obama e McCain, atualmente, é o posicionamento do democrata em relação à diplomacia pretendida para lidar com os inimigos dos Estados Unidos. O senador republicano pelo Arizona parece ainda mais rigoroso do que Bush quando diz que se negará a negociar com o Irã sem condições prévias.

O atual presidente, com a ajuda de seus emissários e o pesado martelo da China, retratou tal política e atingiu seu objetivo com a Coréia do Norte. Irã, contudo, continua no mesmo Eixo fantástico da liga de Bush.

Esse caminho escolhido pela administração atual advém da impopularidade do presidente, o maior índice desde o nascimento do Gallup, e pela série de comprovações escandalosas de que seu governo tenha agido contra a constituição e a lei em múltiplas ocasiões. Provou-se verdadeira a famigerada “liga-da-justiça”, por exemplo, liderada por Alberto Gonzales e uma série de outros juízes contratados por motivos estritamente políticos, investigada há aproximadamente dois anos por demissões suspeitosas e rejeições de candidatos "democratas" ou "neutros" aos cargos. O comitê nomeado à investigação do 11 de Setembro também concluiu que Bush guiou o exército e a nação a uma guerra por falsos motivos e falsa inteligência. Para piorar, Scott Mcclellan, ex assessor de imprensa da Casa Branca, publicou um livro revelando que foi propositalmente usado para vender a guerra à nação.

Ainda assim, o Irã permanece fechado para os Estados Unidos, e a diplomacia descartada não contribui à sua abertura. A diferença entre a Coréia do Norte e o pequeno país médio-oriental é clara: A Coréia do Norte sofre pressão da China, enquanto nenhum outro país no Oriente Médio realmente influencia as decisões do Primeiro Ministro iraniano Mahmoud Ahmadinejad.

Porém, francamente, se o exército dos Estados Unidos sofre com o Iraque, imaginem o quanto sofreria com a Coréia do Norte caso a diplomacia fosse totalmente rejeitada. O mesmo pode dizer-se do Irã, já que as tropas estão intensamente comprometidas no Iraque e Afeganistão. Se estivermos mesmo certos, e as intenções da administração atual sejam estritamente petrolíferas, o Irã não foi atacado antes por não ser tão importante nesse sentido.

O motivo da teimosia de Bush e da fúria de John McCain (que já brincou rimando “bomb-bomb-bomb, bomb-bomb Iran” com ritmo de rock n’ roll) contra a abertura de negociações diplomáticas com o Irã, me parece, é favorecer o estado de Israel e todos que apoiariam McCain sobre Obama nessas eleições, além da inevitável propagação de medo entre estadunidenses.

É fatídico, porém, que Bush finalmente começou a jogar bola com a opinião pública. Enquanto David Kucinich, ex candidato à nomeação presidencial democrata, já demandou através do senado o impeachment de Bush, e os escândalos abafados pelo congresso e senado republicanos finalmente jorram à tona, conservadores perderam em base, em caráter, e em intensidade.

Hoje por hoje, soam cada vez mais distantes da Casa Branca. Talvez Obama não seja o melhor candidato, e ainda seja político, mas nestas eleições temos alguém a não eleger. Esse alguém é John McCain.

RF

1 comment:

Marcelo F. Carvalho said...

Depois de brincar de Julio Cesar, Bush, agora, meio a contra-gosto, claro, começa a olhar para o partido e adotar diplomacia (até quando?)
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Abraço forte!