Economia
47 milhões de pessoas vivem sem seguro de saúde nos Estados Unidos, sem contar os indocumentados. O mês de Maio foi marcado pelo maior aumento de desempregados a curto prazo em 22 anos (portentagem que não chega aos 6% (5.5%, a subida foi de meio ponto em um mes), mas ainda assusta se comparada a outras eras e o fato de que a economia do país atualmente não é tão sólida quanto era nestas eras). O preço do galão de petróleo já ultrapassou a temerosa marca dos quatro dólares, e em alguns estados, pensar na marca dos cinco já é preocupação iminente.
Esses fatores, agregados à falta de uma reforma imigratória consistente, perante um seguro social prestes a falir com a aposentadoria dos chamados “Baby Boomers”, navegantes e frutos dos prósperos dias após a Segunda Guerra Mundial, e perante uma guerra no Iraque que abocanha um grande pedaço dos tributos da nação anualmente, tornam a discussão a definir uma recessão meramente acadêmica. Chuck Todd disse isso, ao vivo, pela MSNBC há alguns dias.
Para debutantes republicanos, os jovens que blogam e escrevem nas comunidades do FaceBook e do Orkut, a mídia liberal penas propaga um mito da crise econômica nacional. Mas são jornalistas profissionais os que ditam as regras dos debutantes, como os conservadores do sítio Townhall, os difamadores da esquerda jornalística, e suas provas geralmente advém da semântica do termo “recessão”, ou seja, uma queda sólida, em dois quartos consecutivos, na Bolsa de Valores.
O que Todd disse é o mesmo que sempre li dos intelectuais da esquerda brasileira: Discutir semântica e ortodoxia financeira é acadêmico e imprático enquanto pessoas reais enfrentam situações reais de risco cotidiano. Os atuais candidatos à presidência sabem disso, e ambos representam as clássicas vertentes, ao fim das contas da busca do “novo”, de seus partidos.
John McCain centraliza suas energias a convencer eleitores de que seu governo se preocupará a dar mais atenção aos pequenos negócios. O foco, contudo, é conservador à morte: Expansão do mercado, menos fiscalizações, e a perpetuação dos cortes de impostos (incluindo a quem ganhar mais de 250 mil dólares anuais, excluídos dos cortes pelos planos de seu rival democrata). Também oferece retribuições tributárias de milhões de dólares ao incentivo da compra de seguros de saúde, e ao estímulo consumista.
Barack Obama promete as mesmas retribuições em menores proporções, já que aumentará ou desviará impostos a áreas como o programa chamado Medicaid (ajuda médica, em tradução literal), e a inclusão de todas as crianças da nação no programa que atualmente garante a saúde pública a apenas quem se encaixa no padrão do nível da pobreza nacional. Além disso, ajudará, através de impostos, a propietários que ainda podem salvar suas casas, outra crise, a imobiliária, ainda rendendo más notícias diariamente.
Nessa estação de campanhas presidenciais, a frase que Bill Clinton usou para retirar George H. W. Bush da Casa Branca, reverberará pelos anais jornalísticos do país: “É a economia, estúpido.”
(De acordo com o Gallup, eleitores se preocupam mais com a guerra no Iraque do que com a economia. Mais sobre ambos a seguir.)
RF
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