Wednesday, May 14, 2008

Porém…

Sim, é até provável que West Virginia não tenha o peso que Hillary Clinton, agora repentinamente, procura atribuir ao pequeno estado do sudoeste estadunidense. Porém, foi um dos primordiais estados às vitórias de candidatos presidenciais democratas das últimas cinco décadas.

Hillary, que também é Rodham, deixou de ser a candidata inevitável e passou a ser a candidata do povo. Qual povo, é absolutamente outra questão. Com uma vitória de 41% sobre Barack Obama ontem, algumas outras questões são legitimamente levantadas, mas dessa vez pesando contra o senador de Illinois.

Segundo as pesquisas, mais de 60% do voto de cidadãos “brancos, de colarinho-azul” (comentário da senadora à semana passada que, conforme dito, soa racista, apesar de podermos duvidar do racismo dos Clinton, e assim tomá-lo como um grosseiro erro expressivo) foram para a senadora. Entre as mulheres, Obama apenas recebeu 22% dos votos, enquanto entre os homens, recebeu a metade de sua rival, apenas 30%.

Já estava estabilizada a base principal de Obama: Negros, democratas com nível educacional superior, e democratas de classe média alta. Para Clinton, a base principal é justamente a de mulheres e “brancos de colarinho-azul”. Com a mudança do tom de sua campanha nos últimos dias, consolidou-se como a candidata do povo, e Obama é uma super-estrela em ascensão.

Dia 20 de Maio votarão Kentucky e Oregon. Kentucky, como já mencionado no texto anterior, também deve ser levado por Clinton. Já Oregon favorece mais a Obama. A contagem de delegados, por enquanto, é de 1881 a 1713, contando a vitória de ontem. Já na soma de super-delegados, Obama ultrapassou sua rival no início da semana, e agora, tendo vencido seis dos 22 delegados disponíveis, encontra-se com 282 versus os 273 de Hillary Clinton.

Matematicamente, a senadora não vê mais chances de vencer a nomeação. Porém, considerando o pior desempenho de Obama entre trabalhadores caucasianos (para ser mais delicado do que a senadora) em West Virginia, sabemos que o senador precisa trabalhar muito se quiser vencer a Casa Branca.

E ainda há dois outros essenciais poréns:

- Por um lado, Hillary Clinton vence em estados-chave para as eleições gerais, incluindo West Virginia, o “virado” New Hampshire, e outros estados que podem eleger tanto republicanos quanto democratas em Novembro. Por outro, Obama vence em estados que antes não eram, mas que podem tornar-se “chave” nas eleições gerais, como Colorado e New Mexico.

- Barack Obama constantemente se recusa a dizer que sua rival seria sua vice-presidente, mas o bilhete conjunto parece cada dia mais inevitável. Acontecerá? Há quem diga que não há outra alternativa, e há quem ainda mantenha o ceticismo sobre uma provável união democrática quando o nomeado for escolhido. Pela própria tonalidade mais amena de ambas campanhas, e pelo fato de que ambos, agora, atacam John McCain mais do que uma ao outro (ou um à outra), uma vice-presidência do perdedor poderá garantir um bilhete invencível para Novembro.

Assim, ao contrário do que muitos pensavam e pensam, a disputa ainda não termina. Continua até meados de Junho, e talvez até a convenção em Agosto.

O país encontra-se em uma crise de apatia, falta de ideologia, individualismo, recessão das classes menos abastadas (a maioria), queda de empregos, aumento dos preços dos combustíveis e alimentos, crise imobiliária, estradas e pontes e refazer e reestruturar, decadência educacional e, claro, o que o salva, ainda jaz aqui o império capitalista das possibilidades mercantis mais do que em qualquer outra região. A disputa política pode, quiçá, trazer alguma solução viável no fim do dia. Mas apenas a população, quando souber o que quer e porque quer, e quando souber procurar o que quer, pode resolver as crises do país. Por quem optarão em Novembro ninguém ainda pode prever, pois como diz meu caro Jens, as “gerais” ainda nem começaram.

RF

5 comments:

Jens said...

Oi Roy.
Hillary "Candidata do Povo"? Louve-se a criatividade, cara de pau e competência dos homens de marketing. Lastime-se a ingenuidade (burrice?) do populacho. Sou mais a Mãe do PAC.
Suspeito que ao final da disputa, os democratas se darão conta do significado da expressão Vitória de Pirro.
***
É hoje, né?
Happy Birthday to you. Hip, hip, hurra!
Convidei a turma pra uma festinha no castelo, em tua homenagem. No cardápio, ao estilo ianque, batatas fritas, frango frito, cerveja e Jack Daniel's (faltou grana pro cachorro quente e o hamburguer). O fígado e o colesterol agradecem.
Marisinha manda um beijo molhado na boca e informa que virá com um vestidinho básico, com estrelas e listras nas cores da bandeira americana. Seguramente, um delírio sensual que causará furor. A noite promete. "Tudo pelo queridinho do Roy", declarou a musa. Fiquei enciumado. Ainda bem que moras longe, hehehe...
Abração, kid.

Roy Frenkiel said...

Jens, Jens, Jens, ela pode cantar Happy Birthday pra mim como a Marylin Monroe ao Kennedy???? "Happy birthday, Mr. Frenkiel, happy birthdayyy to youuu!" haha Po, eu ficaria feliz, diz ai.

Obrigado, camarada Jens, pelos desejos calorosos. Nem sei quando vc cumpre, mas eu nem sei quando meu irmao cumpre, assim que vc me dando os parabens ja me faz mais do que eu. Abraxao!

RF

Luma Rosa said...

Parabéns meu caro Roy!
Tudo bem, não me chamou pra festa.
:=))) Felicidades, muitos momentos com sorriso no rosto neste ano que começa pra você. Beijus

Anonymous said...

A lembrança do teu niver lá no sítio. Bj por hoje.

Roy Frenkiel said...

Obrigado, Luma! Valeu, Cris, beijo proce tamem!

RF