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Tuesday, November 11, 2008

Procura-se Agilidade

O presidente-eleito, Barack Obama, encontrou-se com o presidente George W. Bush na tarde de Segunda-Feira para um reconhecimento de terreno do que será o novo escritório, a nova casa e o novo quintal do 44° presidente dos Estados Unidos, a Casa Branca.

Desde eleito, Obama foi ágil e, por enquanto, audacioso com alguns de seus selecionados, como o chefe de seu gabinete, o congressista democrata Rahm Emanuel, conhecido por seu forte caráter ao estilo de seu distrito em Chicago, Illinois.

Especulações a parte no que diz respeito à escolha de seu secretário do tesouro, ou a permanência de Robert Gates como secretário de defesa de sua administração, o que Obama já deixa claro nos curtos dias após eleito pela vasta maioria do país é que agirá com a mesma agilidade na mudança de perspectiva ao encarar os maiores problemas assolando a nação.

No encontro presidencial, Obama pediu a Bush que agisse prontamente ao resgate de indústrias automobilísticas como a General Motors, encarando a sombra de uma futura falência. Por outro lado, o resgate mais debatido é o tão necessitado ao estímulo do mercado imobiliário. Enquanto alguns especialistas pedem alívio aos bancos credores, a maioria atualmente fala de um auxílio iminente a compradores, incluindo uma orquestrada moratória a parte das retomadas bancárias por seis meses, estimulando a possível volta de compradores com melhores chances de arcarem com as futuras despesas de suas casas, além do crédito tributário.

Como bloguista, admito eternamente que pouco entendo de economia. Sei, porém, que o dono da casa onde vivo, mesmo sob administração republicana, paga taxas altíssimas e ainda maiores pelas casas alugadas a terceiros, já que não pode se beneficiar dos créditos dados a propietários moradores (a cláusula conhecida como “homestead”). Isto significa que propietários pretendendo alugar terão de incluir as altas tarifas de modo ou outro no preço do aluguel. Como King, eleitor assumido de Barack Obama, não quer afugentar seus clientes, acaba, praticamente, perdendo na transação. Aliás, uma das poucas comodidades baratas nesses dias inseguros da economia estadunidense é o preço de meu aluguel.

O mercado imobiliário, a indústria automobilística, a falência de credores e bancos populares são apenas alguns dos desafios imediatos do novo presidente. No encontro com Bush, o presidente-eleito mostrou-se confiante, comunicativo e cordial. O fato é que a transição suave e rápida deve ser a última e única façanha positiva de Bush, e a confiança de Obama é a mais necessitada.

Aparentemente, o presidente-eleito decidirá em breve o que fazer com o famigerado presídio militar na baía de Guantánamo, Cuba. Segunda-Feira pela tarde nasciam rumores de que Obama já havia decidido fechá-lo, conforme o prometido em seus tempos de campanha. Do mesmo modo, procurando borrar o capítulo obscuro do mandato de Bush, segundo fontes de sua equipe de transição, o novo presidente pretende abranger as pesquisas em células tronco embrionárias, com restrições e limites pré-determinados. A comunidade científica admitiu em vários artigos que espera ansiosamente o mandato de Obama.

De fato, muitos de nós, moradores deste “Império do Mal”, conforme chamado por alguns de meus amigos e amigas no Brasil, queremos distância da recente história bushista, e ansiamos um dia em que nosso governo interfira apenas onde é chamado e precisado, efetiva e não desleixadamente.

Outros de nós votaram pela iniciativa que proíbe o matrimônio entre homossexuais, e mesmo quando a união civil em termos de privilégios e convivência legítima perante a lei seja aprovada, muitos votaram para que esta não seja chamada de “matrimônio”. A “redefinição do casamento”, pregam, ameaça o fundamento e a verve moral de nossa sociedade.

Entre estes outros, uma grande porcentagem de brasileiros evangélicos ou cristãos viu-se incluída por princípios, novamente religiosos. Do mesmo modo, em comunidades políticas estadunidenses o ódio pela vitória de Obama demonstra que há muitos de nós dispostos a odiar o novo presidente incondicionalmente.

A agilidade de Obama é necessária, apesar de que já possa admitir não concordar, pelo pouco que entendo, com alguns de seus planos em relação à economia. Mas as demais mudanças talvez sirvam para semear mais tolerância do que ódio na cultura nacional.

Talvez, em questão de um mandato, a influência cultural de Obama seja imensa. Paul Krugman aconselha ousadia e persistência. É o que se espera, indubitavelmente, do novo lider da nação.

RF