O presidente-eleito, Barack Obama, encontrou-se com o presidente George W. Bush na tarde de Segunda-Feira para um reconhecimento de terreno do que será o novo escritório, a nova casa e o novo quintal do 44° presidente dos Estados Unidos, a Casa Branca.
Desde eleito, Obama foi ágil e, por enquanto, audacioso com alguns de seus selecionados, como o chefe de seu gabinete, o congressista democrata Rahm Emanuel, conhecido por seu forte caráter ao estilo de seu distrito em Chicago, Illinois.
Especulações a parte no que diz respeito à escolha de seu secretário do tesouro, ou a permanência de Robert Gates como secretário de defesa de sua administração, o que Obama já deixa claro nos curtos dias após eleito pela vasta maioria do país é que agirá com a mesma agilidade na mudança de perspectiva ao encarar os maiores problemas assolando a nação.
No encontro presidencial, Obama pediu a Bush que agisse prontamente ao resgate de indústrias automobilísticas como a General Motors, encarando a sombra de uma futura falência. Por outro lado, o resgate mais debatido é o tão necessitado ao estímulo do mercado imobiliário. Enquanto alguns especialistas pedem alívio aos bancos credores, a maioria atualmente fala de um auxílio iminente a compradores, incluindo uma orquestrada moratória a parte das retomadas bancárias por seis meses, estimulando a possível volta de compradores com melhores chances de arcarem com as futuras despesas de suas casas, além do crédito tributário.
Como bloguista, admito eternamente que pouco entendo de economia. Sei, porém, que o dono da casa onde vivo, mesmo sob administração republicana, paga taxas altíssimas e ainda maiores pelas casas alugadas a terceiros, já que não pode se beneficiar dos créditos dados a propietários moradores (a cláusula conhecida como “homestead”). Isto significa que propietários pretendendo alugar terão de incluir as altas tarifas de modo ou outro no preço do aluguel. Como King, eleitor assumido de Barack Obama, não quer afugentar seus clientes, acaba, praticamente, perdendo na transação. Aliás, uma das poucas comodidades baratas nesses dias inseguros da economia estadunidense é o preço de meu aluguel.
O mercado imobiliário, a indústria automobilística, a falência de credores e bancos populares são apenas alguns dos desafios imediatos do novo presidente. No encontro com Bush, o presidente-eleito mostrou-se confiante, comunicativo e cordial. O fato é que a transição suave e rápida deve ser a última e única façanha positiva de Bush, e a confiança de Obama é a mais necessitada.
Aparentemente, o presidente-eleito decidirá em breve o que fazer com o famigerado presídio militar na baía de Guantánamo, Cuba. Segunda-Feira pela tarde nasciam rumores de que Obama já havia decidido fechá-lo, conforme o prometido em seus tempos de campanha. Do mesmo modo, procurando borrar o capítulo obscuro do mandato de Bush, segundo fontes de sua equipe de transição, o novo presidente pretende abranger as pesquisas em células tronco embrionárias, com restrições e limites pré-determinados. A comunidade científica admitiu em vários artigos que espera ansiosamente o mandato de Obama.
De fato, muitos de nós, moradores deste “Império do Mal”, conforme chamado por alguns de meus amigos e amigas no Brasil, queremos distância da recente história bushista, e ansiamos um dia em que nosso governo interfira apenas onde é chamado e precisado, efetiva e não desleixadamente.
Outros de nós votaram pela iniciativa que proíbe o matrimônio entre homossexuais, e mesmo quando a união civil em termos de privilégios e convivência legítima perante a lei seja aprovada, muitos votaram para que esta não seja chamada de “matrimônio”. A “redefinição do casamento”, pregam, ameaça o fundamento e a verve moral de nossa sociedade.
Entre estes outros, uma grande porcentagem de brasileiros evangélicos ou cristãos viu-se incluída por princípios, novamente religiosos. Do mesmo modo, em comunidades políticas estadunidenses o ódio pela vitória de Obama demonstra que há muitos de nós dispostos a odiar o novo presidente incondicionalmente.
A agilidade de Obama é necessária, apesar de que já possa admitir não concordar, pelo pouco que entendo, com alguns de seus planos em relação à economia. Mas as demais mudanças talvez sirvam para semear mais tolerância do que ódio na cultura nacional.
Talvez, em questão de um mandato, a influência cultural de Obama seja imensa. Paul Krugman aconselha ousadia e persistência. É o que se espera, indubitavelmente, do novo lider da nação.
RF
Tuesday, November 11, 2008
Procura-se Agilidade
Essas Palavras Vos Trazem
Barack Obama,
General Motors,
George W. Bush,
Paul Krugman,
Rahm Emanuel
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5 comments:
Tb eu já chamei este país de império do mal! E quero muito que Obama me faça mudar de idéia, viu?
Outro dia vi uma matéria sobre esta baita crise imobiliária. Fiquei pasma com o fato de ter imobiliárias vendendo casas por um dólar para se livrarem dos encargos que uma casa fechado traz a elas.
Qta diferença deste mercado imobiliário daqui! Na minha cidade, além de ser dificil encontrar uma casa para alugar, o preço é altissimo. A justificativa é que se trata de uma cidade universitária onde a procura é muito maior que a oferta. Grandes especulações do sistema capitalista!
Tergiversei, né? rs...
Beijo, mocinho!
(Já te contei que conheço muito da cultura judaica? Trabalhei durante a maior parte da minha vida numa escola judaica, sabia?)
Qual escola, Loba?
bjx
Roy
O que mais admiro em Obama é a sua abertura nas conversações. Essa conduta nos leva a pensar que ele queira mesmo que os EUA deixe de ser considerado o "Império do mal", mas uma nação que deu oportunidades de sobrevivencia para muitos povos. Existem muitas nações que sobrevivem às custas dos EUA por isso a crise não é somente economica.
A criação de novos empregos, bastaria para aquecer todo o mercado. Mas não é disso que quero falar; De tudo Obama apóia uma reforma "abrangente" das regras para imigração a fim de "atrair algumas das pessoas mais talentosas do mundo para a América". Veja que bacana!
Segundo o documento (clique), os Estados Unidos deveriam permitir que imigrantes graduados em universidades norte-americanas permaneçam no país, trabalhem e tornem-se cidadãos com o passar do tempo. Além disso, acrescenta, o país deveria examinar sua capacidade para aumentar a quantidade de vistos permanentes concedidos a trabalhadores estrangeiros qualificados.
Roy, diga que ficou mais fã do moço! (rs*) Beijus
Hi, Roy.
Hehehe... o pessoal da direita aqui é mais criativo. Não juraram, ainda, ódio incondicional a Obama (há exceções, claro). Por enquanto estão tentando embranquecê-lo, afirmando, entre outras coisas que a questão racial seria um aspecto de menor importância na sua eleição e, também, que ele foi eleito pelos brancos. O Reinaldão manipulou alguns números, refutados de pronto pelo Luiz Antonio Magalhães no Entrelinhas. Felizmente, a internet está acabando com a hegemonia dos reacionários.
***
É verdade o que a Loba falou, a respeito da casa por 1 dólar? Reserva 10 pra mim, hehehe...
No mais, um abraço. Pra cima com a viga.
***
Nada a ver: me caiu nas mãos um livro do Seymour Hersh, puta repórter investigativo (já morreu?) sobre a Era Kennedy - O lado negro de Camelot. Baita livro. Melhor que sexo. Ou pelo menos o prazer da sua fruição dura mais.
Outro abraço.
Roy,
parabéns pela vitória do Obama! Agora é só torcer para tudo caminhar pela estrada do bem.
Quero, que me digas um endereço para te mandar o convite de minha exposição, que se inicia dia 29/11.
Sei que é bem difícil vires, mas podes guardar de recordação. Se preferires manda pelo meu e-mail
betitimm@gmail.com
Beijão
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