Monday, January 21, 2008

E agora o “what”?

OPINEM (Cliquem aqui)

Republicanos:



Contando com a vitória de John McCain no determinante estado de South Carolina, onde foi determinado o candidato preferencial desde Reagan, no início dos anos ’80; e contando com a vitória de Mitt Romney no estado de Nevada, se pouco sabemos, sabemos que o partido encontra dificuldades em sua escolha, e que essas dificuldades tendem a favorecer um eleitorado pronto para mudar a Casa Branca.

A base do eleitorado de McCain é de independentes, democratas simpatizantes e republicanos moderados.

A base de Romney é composta predominantemente de conservadores econômicos e donos de grandes empresas, empresários em geral.

A base de Huckabee é feita de conservadores morais e evangélicos.

No momento, nem há o que lamentar. Giuliani optou por tentar ludibriar apenas a Flórida no dia 29 de Janeiro (ao invés do comum 4 de Março) e ignorar os menores estados, entre eles perdendo o nem tão pequeno Michigan. Não vence na Flórida mesmo tendo-a apenas para si nas últimas duas e mais semanas.

Se South Carolina é tradicionalmente importante há quase trinta anos na escolha do candidato, a Flórida é mais do que essencial nessas atuais circunstâncias de empate em trindade. Nem Duncan Hunter nem Ron Paul tiveram, em alguma ocasião, a menor chance. Se Fred Thompson pensava crescer, seus pensamentos já desaparecem, e nem tão lentamente. Precisava vencer em South Carolina, seu estado natal, mas foi esmagado. E Giuliani, que ainda tem esperanças em New York e New Jersey, enfrenta grandes dificuldades de manter seu nome vivo no estado de minha residência, o decisivo floridiano.

John McCain parece liderar nas pesquisas, mas os três candidatos principais têm grandes chances de vencer no dia 29.


Democratas:


A Flórida apenas pode contar como “injeção de moral” aos democratas. Por não terem representantes em risco, e por punirem o estado pela antecipação das preliminares, não fizeram campanha na região e não perdem muito, tecnicamente. Uma vitória na Flórida, contudo, pode causar uma explosão de popularidade que dure ao dia 5 de Fevereiro, quando 22 estados elegerão seus prediletos. Caso ainda não houver decisão (e isso vale aos republicanos também), no dia 4 de Março votarão Ohio e Texas, os últimos dois estados.

No entanto, a preliminar de South Carolina aos democratas será no Sábado seguinte, e do mesmo modo que Clinton venceu em Nevada, Obama precisa vencer em South Carolina para manter seu momento. John Edwards chega constamente em terceiro, o que torna sua campanha cada dia mais frágil. Ainda assim, tem um poder enrustido e já comentado. Pode ser o coroador entre os dois candidatos, assim que decidir quem irá apoiar. Ainda há especulações em torno de sua possível candidatura a vice-presidente, nesse caso de Obama, com quem parece ter maior afinidade.

Mas a popularidade de Clinton e sua intensificada força nas pesquisas refletindo os esforços de sua campanha e sua nova demonstração fluente de emoções e pensamentos humanos, faz com que ela ainda seja a grande concorrente. A boa notícia é que Clinton, ao menos de acordo com os dados atuais, seria a melhor representante democrata em 2008, e nenhum republicano tem cacife para enfrentá-la. Mas os dados mudam diariamente.

Anotem na agenda: Sábado, dia 26 de Janeiro, preliminar democrata em South Carolina.


Curiosidades Democráticas:


Circula um anúncio errôneo por parte da mídia que Barack Obama, apesar de ter perdido contra Hillary Clinton no estado de Nevada, teria ganho mais representantes governamentais, ou “delegates”. Isso dependeria da divisão de representantes baseada no momento, mas em realidade, apenas no dia 19 de Abril, quando haverá a oficial repartição de representantes, será possível decidir quem verdadeiramente venceu.

O número de “delegates” é o que determina o vitorioso, não a porcentagem de votos contados, já que condados variam demograficamente, e podem ser mais ou menos influentes quando vencidos ou perdidos.

De acordo com a atual divisão de representantes, Obama teria 13-12 representantes comparado a Clinton, ou seja, um “delegate” a mais.

3 comments:

Jens said...

Oi Roy.
Complicado o mercadinho eleitoral dos EUA. Mas as novidades estão do lado dos democratas: Obama ou Hillary? Mesmo que o presidente seja um "porteiro" encarregado de resguardar os interesses do grande capital, acredito que a eleição de um negro ou uma mulher para a presidência do império é um sinal de que algo está mudando na terra de Uncle Sam (o que é exatamente só saberemos depois das eleições, se um deles for eleito). Mas o fato de ambos estarem com chances torna a disputa interessante. Imagino que Norman Mailer esteja espumando de indignação, lá no Céu dos Escritores, com a ascensão de madame Clinton. Por outro lado, deve estar acompanhando com simpatia, juntamente com James Baldwin, a campanha do cavalheiro Obama.
Quanto aos republicanos, eu gosto do chefe dos promotores de Law and Order.
Um abraço.

Roy Frenkiel said...

Amei seu comentario, Jens. Sera que Baldwin escolheria Obama? Sera que o Nailer "pregaria" a Clinton? Ontem, a ultima pergunta do debate democrata da CNN aos tres candidatos principais foi: "Se Luther King estivesse aqui, por que ele o apoiaria?"

Edwards explicou que eram por dois motivos: Sua dedicacao pelos direitos humanos por toda a vida, e sua determinacao em acabar com as inigualdades sociais.

Obama logo disse: "Nao acho que ele apoiaria nenhum de nos. Acho que ele faria de tudo para que fossemos responsabilizados por nossos atos ... Eu acredito em uma mudanca que comeca de baixo para cima."

Nessa, Jens, ele me ganhou. Nao sei se votaria nele, e olhe so a ironia, nao poderei votar em 2008, bem se tentasse de tudo para conquistar a cidadania. Mas exatamente o que ele disse agora, exatamente o que Kennedy disse em seus tempos, "Nao pergunte ao governo (pais) o que o governo (pais) pode fazer por voce, pergunte-se o que voce pode fazer pelo pais (sua casa)." Enfim, o que ele disse agora, e exatamente como penso eu.

Clinton resmungou que King apoiava candidatos, e que a escolheria e em grande realidade apenas refutou Obama, mas isso teve inicio cedo no debate, e Obama pode nao ter comecado, mas atacou Clinto em inumeras ocasioes. Fofoca? Uma de suas estrategias, a qual analistas diziam que seria uma ma ideia, mas que parece estar funcionando, e usar a Bill sempre que se refere a Hillary. Acredita?

abraxao

RF

Jens said...

Porra, sacana mas inteligente a estratégia do Obama de colar a Hillary no Bill, quem sabe tentando passar a idéia de que, na presidência, não passará de uma marionete comandada pelo maridão. O perigo é se o eleitorado estiver com saudades do governo dele.
Abraço.