Só preciso ouvir alguém dizer:
“Adiante, menino, eu estou te esperando,
Mesmo se cair, mesmo se cambalear
Mesmo que precise se lastimar
Para voltar a levantar.”
Mas, quando ouço, desacredito
Incrédulo que sempre fui
Penso que devo ser mais
Do que sempre sou
Vejo-me tão distante...
Viver é um suplício
Uma batalha constante, violenta
Sempre precisamos, ou sentimos
Que precisamos
Provar-nos aos demais
E não queda espaço à paz
Não podemos descansar enquanto vivos,
Mas o cansaço verdadeiro
Aos vivos pertence
Morto, o morto nada sente.
Então reclamo, suplico, renego
Não quero, não quero e não quero!
Lutar pelo quê? Viver pelo quê? Morrer, e por quê?
Antes bastava procurar perguntas
Agora nem as respostas agradam
Antes bastava não saber
Agora temo o eterno vão
Consequente escuridão, na vastidão hostil
Dos espaços que contém a contramão.
Só preciso ouvir alguém dizer:
“Não espero sua vitória,
Você já é bom assim.”
Mas, quando ouço,
Afasto-me da voz do acalanto
E sáio correndo de mim.
RF
Friday, September 07, 2007
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5 comments:
Roy
belo poema. Não sabia dessa sua verve. Continue
Abração
oi, to conhecendo seu blog e gostei mto,
e qto ao ultimo texto, é bem certo que sempre tem alguem nos dizendo essas palavras, qdo não nós msm!
Roy: li e lembrei de uma música do Milton/Fernando Brandt: "Caçador de Mim". Escute. É o teu momento.
Ao contrário do que você diz, ROY, eu espero e tenho certeza sim, da sua vitória. Você tem talento e é muito, muito bom mesmo!!!
Oi, Roy, hoje estou visitando os amigos e dou com esse texto tão sensível e à procura de algo: de ti.
Uma linda semana.
Bjs
Taís
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