Primeiro, foram as últimas palavras. O sedativo enriquecendo minhas veias. Amarfanhado à cama confortável, sentia o algodão farpado às cócegas pelos meus dedos do pé. O sorriso do enfermeiro confiava em mim. A anestesista brincava, o quarto repleto de galhofas. A sensação foi agradável, mais do que suspeitara. Quando a máscara respiratória se apossou de minhas narinas, não vi mais luzes desmoronando em cachoeiras fosforescentes, não ouvi mais o gozo de quem se ria de coisas que não tinham a ver comigo, nem senti o peso da faca que, em poucos minutos, cortou-me afins de me curar.
Eis que, quando me despertei, a dor – mais forte, muito mais forte do que eu havia imaginado – seduziu-me a voltar a dormir. A hérnia não estava mais comigo. Eu da hérnia me divorciei. Um divórcio doloroso...
Recuperando-nos,
RF
Thursday, June 21, 2007
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
6 comments:
Escrito de literato. Meus parabéns.
1 abraço
Recupere-se logo, camarada.
Arriba!!!
Um abraço.
Pronto reestabelecimento, meu caro. Mas peraí, você passou por uma intervenção cirúrgica ou foi à uma festa 'daquelas" (é o que concluo pela descrição)?
Brincadeirinha... Um abraço.
Agora acabou a farra do "não posso, por causa da hérnia"! Hahahahahahahaha! Melhora logo, Jugo! Beijo compriiiiiido!
Logo "sara"! Beijo, lindo.
Um peso a menos,pense assim - e, mesmo, tudo que vale a pena ou dá trabalho, ou dói.
Força aí, "sobrinho".
Baita abraço meu
Post a Comment