Monday, April 23, 2007

Maio

Quem pensaria do pão roubado
Um gosto tão amanteigado?
Dos conspícuos passos não dançados
Pantomina pândega aos soslaios
Às vésperas de mais um Maio

Do tímido bocejo, emanou um sorriso, e
Logo a distância se fez toda um fel
A qual dos seus lábios ainda guiso

Mas, incessantemente sinto-me perdido
Entre tempos, espaços e ensaios
Às vésperas de mais um Maio

De sua pele franca e sincera
Renasceu em mim uma nova era
Apesar da perseverança
De impulsos de desesperança,
Pois em seu vulto cavalguei sem ensilho,
E quase caio
Às vésperas de mais um Maio

De Israel ao Sul da Carolina,
Ana, Maria, Joaquina,
Do Brasil-sudeste-norte ou outra Santa, a Catarina,
Se Selena ou Milena, ou se atos de Renata...
Faces e rostos que a saudade mata
Memórias doces de minha infância
Me repensam em ignorância
Refazem da cera e do espantalho
Um homem feito inteiro de meios retalhos
Desde que me apaixonei por ti
Me aconchego neste imenso, caloroso, todo-poderoso balaio
Às vésperas de mais um Maio

RF

5 comments:

Anonymous said...

"Às vésperas de mais um Maio". Desejo de renovação? Esperança? É isso que leio em seu poema? Acho quee sim... Um abraço.

Anonymous said...

O bicho te pegou... vai fundo que o poço é raso!

Anonymous said...

Amor, paixão?
Que bicho mordeu o nosso até então irascível editor?

Anonymous said...

Isso tem nome, mas, por discreto, como que cantando um famoso fado, nem às paredes confesso.
Baco os abençoe.

Michele said...

À vespera de mais um já se passou, e agora, o que nos resta é enfrentar, transformar a desesperança em vontade, e viver, sempre, como se o amanhã se perdesse.

BjX:)