A cura de Seus Males se aproxima!

Bush já está no Brasil, principiando o pretexto de estender sua ajuda à América Latina. A quem possuir a qualidade do pensamento, não há a ilusão da panacéia bushiana, e focando-nos nos esforços de Chávez para praticar o que sempre esteve no papel – e dele nunca saiu efetivamente – vemos que a presença de Bush não passa de uma enorme palhaçada.

As propostas de Bush, segundo o NYT, são as seguintes:

A-) Parceria a um melhor plano de energia, no qual os Estados Unidos se beneficiariam com a produção de etanol no Brasil em um mais livre comércio.

B-) Criar trabalhos.

C-) Diminuir a desigualdade social.

Percebo que a idéia diplomática estadunidense não está em ajudar a América Latina, mas procurar, como sempre, alternativas lucrativas a problemas contundentes dos Estados Unidos. Há anos procuram uma forma de estabelecer um tratado energético razoável no país do Tio Sam, e Bush evitou o assunto sempre que pôde desde que assumiu seu cargo. Enquanto a híper potência bélica utiliza-se de seu poderio para explorar terras alheias, e nessas terras calhem ricas fontes de petróleo, não seria de bom tom com as multinacionais envolvidas na extração e distribuição da matéria, reformar nossa habitual base energética. Para Bush, visitar o Brasil pode ser interessante, mas para o Brasil, sem dúvida alguma, não faz nenhum sentido ter a presença da Ameba Gringa.

Se Bush quer criar trabalhos, pode começar com a Flórida rural, com o estado inteiro da Califórnia, com todas as reservas indígenas espalhadas pelo país (fora a dos Seminoles, multi-milionária), os ‘projetos’ novaiorquinos, os bairros de minorias étnicas em Chicago, toda a Pennsylvania, grande parte das cidades no Centro-Oeste, grande parte das cidades costeiras do Leste, grande parte das cidades interioranas do resto do sul do país, e assim por diante. Compara-se a miséria que se vê por aqui à miséria que se vê no Brasil? Sim, mas a do Brasil é mais séria, sem discórdia plausível. O óbvio ululante é que, se ele não se preocupa com seu próprio país, por quê se preocuparia com a América Latina? Se Bush quer diminuir a desigualdade social da América Latina, tendo a sagacidade de afirmar que “o fato é que dezenas de milhões de nossos irmãos e irmãs ao sul viram poucas melhoras em suas vidas cotidianas, e isso os leva a questionar o valor da democracia,” por quê, em seu país, as pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza tampouco viram, até hoje, grandes melhoras em suas vidas cotidianas, e questionam-se sobre o valor da democracia?

Seu maior medo, pode-se perceber com facilidade, é que Chávez, o bicho-papão, projeto de ditador Venezuelano, tem feito mais do que os Estados Unidos para amenizar estas questões, e mesmo que seu governo seja controverso, qualquer cidadão ou cidadã com mais de um neurônio vivo e em processo racional entende que o governo de Bush é o mais controverso em décadas de governos ruins e piores. O povo tem percebido isto, porque nem todos são cegos, e nem todos são enganados. A mudança concreta advinda dessa percepção ocorre graduativamente com a crescente onda esquerdista da América Latina. Os governantes do sul do continente estão mais ‘espertos’ às necessidades que as populações comunicam com cada vez maior intensidade e rigor. As bases bushianas, de seus amigos e de sua prole, tremem com essa noção. É claro que Bush não se questiona sobre o valor da democracia… Muito pelo contrário, seus debates intelectuais são a respeito de temas muito mais importantes. A exemplo:

1 – Devemos torturar as pessoas envolvidas (isso quando estão envolvidas, de fato) em atos terroristas?

2 – Devemos forçar a pena de morte nos estados subverssivos que se recusam a acatá-la?

3 – Seria de bom tom aplicar esta pena de morte a casais homossexuais?

4 – Quantas crianças africanas, de Darfur, Serra Leôa, Afganistão e Iraque, cabem na ponta de uma agulha?

Não, meus amigos e amigas leitoras… Lula tem muito a acrescentar aos Estados Unidos, mas os Estados Unidos, enquanto liderados por pessoas como o senhor Bush, nada têm a oferecer, que não guerra, miséria e luto, ao resto do planeta.

RF