Monday, August 06, 2007

Mar de Mentiras



Mesmo sem saber
Ousei dizer o que ninguém diz
Mesmo sem querer
Fiz mal querer o que ninguém quis

E mesmo sem compreender
Ensinei o que aprendi
Mesmo sem entender
Soletrei o que escrevi

Por que sou tão distante
Da realidade e
Dos requintes fastidiosos
Dessa nossa sociedade?

Diz-se que há nos santos infundados
Esfrangalhada santidade
E nos nobres sublimes
A crueza da iniqüidade

E eu, mesmo lutando
Já pensei em desistir
Mesmo me assimilando
Desejei não existir

E sem explicação
O imaculado apodrece
E No âmago do coração
A maldade empedernece

Por que estou tão longíquo
Da resposta desse enigma?
Por que toda lealdade
Compõe um novo stigma?

Na verdade há um mar de mentiras
No qual detalhes reverberam e
Palavras insossas se aglomeram
Em águas-puladeiras



4 comments:

Santa said...

Oi, R.C.

notícias da Santa.

Amanhã faz a primeira revisão da cirurgia. Ela ainda sente algumas dores, está tensa, chateada. Mesmo assim lembrou dos leitores do blog e pediu que eu transmitisse os agradecimentos pelo carinho recebido.

(Santinha, a estagiária)

Again and Again said...

Definitivamente o melhor amigo que alguém pode ter, o olhar mais amplo, meu ouvinte preferido.

bjs

Ophélia

Anonymous said...

Bom. Muito bom mesmo, ROY. Adorei.

Jens said...

Bravo! Bravíssimo!